9 de setembro de 2009

Brasil renova frota de Caças da FAB

Brasil fecha acordo bilionario com a França


O caça Rafale da empresa francesa Dassault-Aviation disputou corpo-a-corpo com o caça Gripen da sueca SAAB e com o F/A-18 Super Hornet da americana Boeing, para um contrato de compra de 36 aviões avaliados em 4 bilhões de dólares.

“Um país do tamanho do Brasil não pode comprar um produto de outro país e este país não repassar a tecnologia", ressaltou Lula.




Se a a França ganhou a corrida para vender aviões (os "Rafale") ao Brasil porque concordou em transferir tecnologia, pode estar vendendo ouro de tolo. É o que se diz na França.

Christian de Boissieu, presidente do Conselho de Análise Econômica e membro do Conselho Econômico de Defesa, produz a seguinte frase, para a edição on-line de ontem da revista "Le Point": "Supondo que o Brasil queira construir seu "Rafale"... Primeiro, isso não se fará imediatamente e, no dia em que se fizer, me parece que nós já teremos passado ao avião do futuro."
Qual é a graça, então, em comprar aparelhos que são bem mais caros do que os da concorrência se, na hora em que de fato se materializar a transferência de tecnologia, os aviões já serão obsoletos?
É um motivo a mais para cobrar transparência das autoridades e discussão no Congresso, temas que impregnaram todo o noticiário de ontem desta Folha.
Mas, do meu ponto de vista, a dúvida é de outra natureza. Se o objetivo das compras anunciadas é consolidar a hegemonia militar regional, como parece lógico, para que servirá?
Atende uma mentalidade que olha para o passado, para o que Marcos Nobre chamou de "cultura das armas". O Brasil deveria estar olhando é para o que o presidente Barack Obama chamou ontem de "transição para uma economia do século 21" -e que ele pretende pôr no topo da agenda para a cúpula do G20 dias 24 e 25 em Pittsburgh.
Como é essa economia? Responde Obama: "Inovação em alta tecnologia -o que inclui tecnologia verde, educação e treinamento- e pesquisa e desenvolvimento".
Obama citou, entre outros exemplos, que laboratórios médicos de Pittsburgh avançam em regeneração de tecidos. O que você prefere: "Rafales" ou regeneração de tecido humano?


O presidente Luiz Inácio Lula da Silva anunciou, nesta segunda-feira, que o governo brasileiro decidiu “entrar em negociação” com a empresa francesa Dessault, para aquisição de 36 aviões de combate.

O anúncio foi feito em Brasília, ao lado do presidente da França, Nicolas Sarkozy, que está em visita ao país. Como uma das contrapartidas, a França se comprometeu a adquirir 10 aeronaves de transporte militar, fabricadas pela brasileira Embraer.

Questionado sobre os detalhes do acordo, Lula disse que ainda precisava discutir “pormenores” com seus ministros. O negócio é estimado em US$ 4 bilhões. Sarkozy também não deu detalhes e disse que essas negociações “levam meses” até se concretizarem em um acordo definitivo.

"Foi assim com os submarinos. O chefe de Estado toma uma decisão e, em seguida, os representantes de cada país levam meses para chegar a um acordo", disse o líder francês.

Licitação

O governo brasileiro não informou se a empressa sueca Saab e a americana Boeing estão fora da disputa. Ambas eram concorrentes da Dessault na licitação para compra dos caças, batizada pelo governo de programa FX-2.

O chanceler Celso Amorim disse “não ter detalhes jurídicos”. “Não sei sei do ponto de vista legal a licitação está terminada”. Segundo ele, a decisão de se iniciar uma negociação com a Dessault “não se aplica aos outros dois concorrentes”.

Os preços e condições da compra serão definidos a partir de agora, durante as negociações com a empresa francesa.

Surpresa

A princípio, a visita de Sarkozy ao Brasil envolvia apenas a formalização de um contrato para construção de cinco submarinos (incluindo um movido a energia nuclear) e 50 helicópteros no Brasil, com tecnologia francesa, no valor de 8,6 bilhões de euros.

O presidente Lula disse que representantes dos dois governos chegaram a um acordo após conversarem até as duas da manhã. Nenhum dos ministros da cúpula militar quis dar entrevistas.

O assessor especial da presidência, Marco Aurélio Garcia, disse que os dois lados apresentaram “novos elementos” durante a reunião da madrugada, o que permitiu a decisão de começarem a negociação.

Segundo Garcia, a venda de aviões brasileiros à França é apenas “parte” das contrapartidas oferecidas pelo país europeu.

Em entrevista à imprensa francesa, ontem, o presidente Lula chegou a afirmar sua “preferência” pela França na licitação dos caças, por ter permitido a transferência de tecnologia ao Brasil.

Brasil irá comprar 36 caças franceses



BRASÍLIA - O governo anunciou ontem que abriu negociação para a compra de 36 aviões de combate franceses, em um "comunicado conjunto" dos presidentes Luiz Inácio Lula da Silva e Nicolas Sarkozy.

O anúncio sobre os caças ocorre no mesmo dia da divulgação de um mega-acordo militar entre os dois países, pelo qual o Brasil comprará helicópteros, submarinos convencionais e a tecnologia para desenvolver um modelo de propulsão nuclear. Com os caças, será adicionada uma conta que pode chegar a R$ 10 bilhões ao acordo acertado ontem, de R$ 22,5 bilhões a serem pagos em 20 anos.

Ao justificar os gastos militares, Lula falou na necessidade de defender a Amazônia e o pré-sal. "Deve sempre passar pela nossa cabeça a ideia que o pré-sal já foi motivo de muitas guerras e conflitos, e não queremos guerra nem conflito."

O acordo foi selado na noite de domingo, num jantar no Alvorada oferecido por Lula a Sarkozy, seguido de reuniões técnicas. Ele foi tornado público por meio de uma folha avulsa à declaração do acordo. No texto, um fator que pode ter sido decisivo para a celeridade do anúncio. Sarkozy comunica "a intenção da França" de adquirir dez unidades da futura aeronave de transporte militar e reabastecimento aéreo KC-390, da Embraer.

O avião está em fase de projeto, com financiamento da FAB, e uma promessa de venda externa deverá deslanchar o modelo.


O Brasil está prestes a tomar uma das decisões mais dispendiosas de sua história militar. O presidente Luiz Inácio Lula da Silva anunciará no mês que vem qual será o novo caça a equipar a Força Aérea. A compra de 36 aviões pode custar 4 bilhões de dólares. Hoje, a Aeronáutica dispõe de 110 caças, mas 90% deles, fabricados nos anos 70 e 80, estão totalmente ultrapassados. Os mais novos, doze Mirage 2.000, foram comprados de segunda mão e também já estão perto da aposentadoria. Comparada com a de outros países, a Força Aérea brasileira equivale a uma esquadrilha de teco-tecos. O Chile tem 28 caças F-16, o preferido pela operosa Força Aérea de Is-rael. A Venezuela, de Hugo Chávez, opera 24 Sukhoi 30, avião de combate russo que é um dos mais avançados do planeta. "Há quem diga que é desperdício gastar em caças, pois nenhum país atacará o Brasil. Quem pode prever uma coisa dessas? Em 1982, ninguém imaginava que a Argentina atacaria a Inglaterra nas Ilhas Malvinas. O mundo não é cor-de-rosa. Temos de nos precaver", diz Gunther Rudzit, ex-assessor do Ministério da Defesa.

A concorrência para a escolha dos aviões se arrasta desde 1998. Agora, a Aeronáutica está a um passo de concluir a análise técnica dos três finalistas: o Rafale, da francesa Dassault; o Gripen, da sueca Saab; e o F-18 Super Hornet, da americana Boeing. Aos olhos do observador leigo, eles se equivalem. São dotados do melhor avionics, o conjunto de instrumentos digitais de pilotagem, navegação e combate ar-ar ou ar-terra. "Hoje, os aviões são equipados com radares, sensores e transmissores de dados que lhes permitem combater adversários a muitos quilômetros de distância", diz Salvador Raza, professor da Universidade de Defesa Nacional, de Washington. Os novos caças detectam alvos a 170 quilômetros. Na década de 70, a distância de engajamento do inimigo em combate era de 20 quilômetros. Com turbinas mais potentes e econômicas, os caças atuais carregam o triplo de armamentos – até 10 toneladas de bombas e mísseis. Um joystick comanda a pilotagem e o acionamento das armas. Os alvos são visualizados e selecionados em um painel vir-tual, projetado em laser no vidro da cabine ou na própria viseira do capacete do piloto. Certas manobras e disparos podem ser comandados por um sensor que registra os movimentos da cabeça do piloto.

As diferenças decisivas entre os três caças são o preço e o modelo de transferência de tecnologia. O Gripen, o mais barato, custa 50 milhões de dólares. Ele ainda não é produzido em série e, para compensar esse fato, seu fabricante propõe terminar o desenvolvimento do avião junto com o Brasil. A proposta tem apelo para os militares, pois tornaria o país o 11º do mundo capaz de fabricar caças. A vantagem mais aparente do Super Hornet, que equipa os porta-aviões americanos, é ser um dos aviões de combate mais testados do planeta. Pesa contra ele até agora a negativa dos americanos de repassar ao Brasil o código-fonte do avião, o coração digital dos programas de computador que controlam a aeronave e suas armas. A decisão de entregá-lo depende do Congresso americano. O Rafale, da Dassault, é o mais caro. Cada unidade custa 80 milhões de dólares. Seu trunfo é justamente o fato de Paris entregar ao Brasil todos os segredos digitais do avião.

Em qualquer país, em qualquer tempo, as concorrências militares são zonas de sombras, difíceis de ser esquadrinhadas pelos radares das instâncias encarregadas de zelar pela transparência. Elas são definidas com base em critérios nem sempre objetivos, como é da natureza das questões de segurança nacional. Nos anos 70, a americana Lockheed Martin, que faz aquele que é considerado o melhor caça do mundo, o F-22 Raptor, quase faliu ao ser pega pagando propinas de milhões de dólares para fechar vendas na Itália, Holanda, Japão e Alemanha. No caso brasileiro, a Dassault, a Saab e a Boeing foram acusadas de pagar viagens de parlamentares às suas sedes, em busca de apoio. A escolha, no entanto, depende apenas do presidente Lula e do ministro Nelson Jobim, da Defesa. Os dois se inclinam pelo Rafale.

Em julho, Jobim foi a Paris e se desmanchou em elogios ao avião da Dassault. Na semana passada, Lula deu nova pista. "A França está mais flexível na transferência de tecnologia. É uma vantagem comparativa excepcional", disse ele. Na segunda-feira, 7 de setembro, o presidente francês Nicolas Sar-kozy participará com Lula dos festejos da independência e oficializará a aquisição de quatro submarinos convencionais e do casco de um nuclear pela Marinha brasileira, por 4,3 bilhões de euros. Os franceses venderão ainda cinquenta helicópteros militares, por 1,8 bilhão de euros. Se a compra do Rafale for fechada, 2009 será mesmo o ano da França no Brasil.



Fontes:

http://www.uai.com.br/UAI/html/

http://www.agora.uol.com.br/brasil/

http://www.defesanet.com.br/

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